domingo, 16 de novembro de 2014

RESPONDENDO A COMENTÁRIO..

16 de Novembro de 2014...
Meu domingo transcorria como de costumo, geralmente é o dia que uso para descansar, deixo as atividades espirituais ou as diversões para o sábado, por volta das 16h00min, resolvi interferir no Blog e postar um texto novo, em geral um poema. Porém, uma mensagem na caixa de moderação,  me surpreendeu – Quem teve coragem de usar a carapuça? -, mas também me frustrou, pois quem deixou o comentário, preferiu o segredo do anonimato - a covardia é do caráter.
O Comentário a principio demonstra o tipo de conhecimento e grau de inteligência de seu autor, eivado de erros ortográficos e pontuação, recheado com total desconhecimento sobre Bruxaria e Paganismo Moderno. Mas apesar de tudo, alguns pontos me são de ótima valia, pois me dá a oportunidade de dirimir dúvidas gerais a cerca de minhas práticas espirituais e de Bruxaria. Não vou reproduzir no velho Ctrl+C e Ctrl+ V as partes de seu comentário, porque ninguém merece ser exposto a tantas asneiras.

LUCIFERIANISMO E CAMINHO DE CAIM.
O primeiro ponto é uma critica a minha escolha pela autodenominação de Luciferiano e em seguida pela predileção em seguir um modo de espiritualidade pela ótica do Caminho Caim.
Para começar, aconselho um estudo mais acurado sobre o Luciferianismo - não vou lhe indicar livros e textos e com isto lhe tirar o prazer da pesquisa – em segundo lugar, Lúcifer e Satã, são duas coisas distintas –  não vou lhe ensinar aqui sobre questões de práticas com o “ Opositor “. Neste caso, como no de Caim, não vou saciar sua curiosidade, posso lhe afirmar que tudo tem haver com estados mentais – metamorfoses, transmutações, estados de ser  - afinal, você poderia nos fazer um favor e buscar nos textos e comentários aqui mesmo do Blog e aprenderá um pouco além do ensinado. Há, desculpa, sempre esqueço que seus sacerdotes e sacerdotisas lhe proíbe de ler – como a igreja medieval que tanto criticam- algo  que não seja legitimado por eles, afinal pode ser que o cabresto que colocaram  em você, seja rompido e você se torne um Andarilho Solitário em Busca da Iluminação, ou seja, Cainnita e Luciferiano...

SER OU NÃO BRUXO
A segunda é sobre eu ser ou não Bruxo – que diabos você é se defina – bem, estou longe, muito longe de sua visão de Bruxaria. Para você ser bruxo é adorar a Grande Deusa Mãe, se realmente fosse levar isso a sério, nosso dialogo terminaria aqui. Até mesmo burrice tem limites. Já me basta, um pseudo-grande sacerdote largar a carga d’água de que a Bruxaria (tradicional) e ao agregado da cultura Européia, desconsiderando sua própria terra, seus parentes e as demais práticas de Ofícios, ainda vem você me afirmar com letras grandes e caixa alta de que – BRUXARIA É O CULTO DA GRANDE MÃE... Ora, um culto que apenas celebram Lunações  e oitos Festivais no ano (erroneamente chamados de Sabás), não é a ÚNICA e VERDADEIRA Bruxaria Tradicional, isso pra mim, chama-se (tentativa) de reconstrucionimos Pagão ou Neo-Paganismo – há muitos Bruxos pagãos sérios e verdadeiros, mas eles não são os únicos e verdadeiros, não são dementes ao ponto de afirmarem isto de si mesmos.  
O que você faz meu caro anônimo, tem em comum com os que conheci há mais de 15 anos atrás - que antes se chamavam pagãos, depois Wiccanos, para em seguida se denominarem de Tradicionais, e alguns até de únicos Ibéricos – e que são todos iniciados por suas avós celtas monomastequitomizadas, é distorcer a Wicca que Gardner nos deu, que ele herdou e reestruturou a partir dos descendentes de “Old George Pickingill (1816 -1909)” -  Cunning Man, Feiticeira, Bruxo e o Mago.
É bem, possível, que você não saiba quem foi “Old George”, muitos menos que foi Andrew Chumbley, ou quem é Daniel A. Schulke, provavelmente, acredite, que o que você chama de Bruxaria e diz seguir é um culto milenar, e ininterrupto, que sobreviveu, Graças as Bruxas boazinhas que apesar de serem perseguidas pela Igreja Patriarcal, nada fazia para se defender, apenas continuavam dançando e pulando pelos Bosques.
Acredite!!!! parte da culpa não é só sua, é também de seus pseudo-iniciadores que - sem um “Corpus Practice”, herdado pelo sangue ou adquirido por linhagem de adoção – apenas repetem nos seus ouvidos o conto de fadas dos que querem vender livros e workshops, ou seja, mentiras símeis aos fatos.
Sabe caro anônimo, como você deve ser um legítimo defensor do agregado da herança Européia como sendo Bruxaria Tradicional, acredito que não deve fazer como 99% dos defensores da mesma visão sua, ou seja, além de distorcerem a Wicca, tem a cara de pau de distorcer os ebós e feitiços das religiões nacionais, mudando apenas o nome da Entidade ou da Yabá por um nome de uma das Deusas do Paganismo. Retiram, na maioria das vezes apenas o sangue de algum sacrifício e – por falta de coragem - substitui por ketchup ou suco de morango, ou trocam o dendê por óleo de oliva, no resto até as flores, plantas e ervas que usam, são legitimamente nacionais, nada nascido, crescido ou cultivado da Europa. Que lindo néh, se diz descender de uma linhagem de avós celtas e não tem nem um corpo de pratica que seja da Europa, tudo é tirado e reciclado dos cultos que aqui surgiram ou fincaram raiz – Catimbó, Candomblé, Umbanda, etc...-

MEU CAMINHO
Primeiro não é de sua conta, pague minhas contas e durma comigo pra procurar ser tão íntimo. Não devo satisfação a você, nem a ninguém, como tenho dito, vivo do suor do meu rosto, não pago pau pra Bruxa ou bruxo algum, não fico tirando onde quando viajo com dinheiro alheio. Mas para que você e muitas desocupadas que passam o dia nas redes sociais fazendo futricas e intrigas – isso é falta de sexo, falta de gozar. e que  acham que meu nome é osso, pois não sai da boca de vocês: Afirmo Sou Juremeiro, Catimbozeiro, Feiticeiro, Bruxo, Mandingueiro, todos os credos, ethos e aethos são meus por herança e adoção, sim, sou Bruxo e Cainnita sim, e nem você e nem nenhum FDP vai me dizer ao contrário, a menos que me faça gozar muito e pague minhas contas.  

Espero ter lhe respondido...

sábado, 8 de novembro de 2014

AS PSEUDOS-MUSAS DO CAMINHO SOLITÁRIO

Por Jayhr Gael Lvnae



Certo dia uns irmãos de nosso Antigo Coventiculo surpreenderam-se ao saber, que, além do Catimbó Jurema e do Candomblé, eu ainda praticava os ritos da “Fé Sem Nome”, foi uma reação chocante - afinal, como poderia eu, misturar as coisas assim? - Que nexo havia nessas reações se eu já sabia que vários já trilhavam por caminhos adversos e outros estavam estancados no zero da vida espiritual?. De qualquer sorte, passado o susto inicial, surgiu a idéia de criarmos um grupo no WhatsApp, que posteriormente migrou para uma Comunidade Fechada no Facebook.

Sim, ali foi sendo reunidos aos poucos, boa parte de nossa Família, com raras e poucas exceções, estão à maioria dos que adotamos como filhos Coventicular, misturam-se naquele espaço virtual os Candidatos, Noviços, Dedicados, Iniciados e Elevados em Graus em nosso Sangue Lvnae.

E foi justamente dali, que alguns lançaram a idéia de um recomeço, de um retorno ao “Aquém do Véu” de nosso Coventiculo, a final ele estava no “Além do Véu” já fazia alguns anos e grande parte sentia-se saudosistas – uma vez iniciado o caminho nunca mais as coisas voltarão a ser como eram – o que era compreensivo e aceitável - pois aquilo que nos une é maior que do que aquilo que poderia nos separar. E assim, essa idéia ia ganhando corpo até mesmo dentro minh’alma.  



Acontece que aquilo que se apreende - com a Mestra Vida - não se esquece com facilidade – pés atados, porém soltosa que preço isso ia se realizar? Quem de fato estaria disposto a pagar o preço? – afinal, disponho de espaço, mas de pouco tempo. Além disso, as Pseudas- Musas do mundo virtual -  Lembrança, Solidão, Raiva, Ódio, Rancor, Cobrança, Preguiça, Decepção, Arrependimento, Mentira, Padrão, Engano, Frustração, Teste, Traição, Percepção, Humildade, Medo, Prazer, Vaidade, Vingança, Dor e Revelação -  como suas homônimas gregas, também  “sabem muitas mentiras dizer símeis aos fatos " e “sabem, quando querem, dar a ouvir revelações", com o agravante que nos dias atuais elas mesmas levam pessoas a visitarem constantemente  os consultórios Psicanalíticos e Psicológicos, sem contar com os Psiquiátricos – haja tarja preta.

E as Pseudos-Musas Vira-Latas Nacionais - Imitações baratas das Filhas de Menmosine e Zeus - com suas vozes de gralhas e seus instrumentos tupiniquins – apenas para contrastar com as rivais Européias – cantaram os augúrios, mais ao contrario das Gregas que cantavam a existência futura, elas cantaram a existência passada.

 Cada qual em sua área de atuação destilou rios de vivencias pretéritas em forma de imagens – boas e ruins – a parte intolerável, é que, isso foi em forma de Pagode Baiano do Gueto – coisa que não suporto, mas, perdoável, afinal, elas são Musas da Periferia – E antes que você ria delas, saiba que elas - apesar de receberem bolsa família, são sábias e passaram na escola de musas, somente pelas cotas raciais –  sabem muito bem prever o futuro, alias, não tem cartomante melhor que elas.

Quatro delas em especial – Mentira, Padrão, Engano e Teste - foram mais eloqüentes e cultas e chamaram minha atenção, pois usaram métodos fora do comum – cantaram MPB e Bolsa Nova - e evidente que dei ouvidos a elas, e, com isso um plano infernal foi soprado e concebido em minha  alma e mente - Luciferiana e Qayinnita.

Fiz um chamado aos Corvos Lvnae no blog e na Comunidade recém criada na rede social do Facebook... e muitos curtiram, alguns comentaram, e ninguém entendeu. Não entenderam mesmo, então fui mais direto, criei um novo grupo privado, para que ali se fosse tratado da busca do Caminho Solitário Luciferiano e Qayinnita. Fiz o anuncio –  ou melhor,  joguei a rede que me foi dada por “Padrão e Teste” - e esperei que os peixes mordessem a isca. Do universo de mais de 80 pessoas, pouco mais de 16, se interessaram e entraram.  Dentre estes, um ou outro, “Pavão”, ou seja, aparentemente sábios em demasia, associaram-se.

“Padrão” deu o alerta cochichando em meus ouvidos: cuidado com os cânticos de “Decepção”, eles atraem “Frustração e Solidão” e se não tomares cuidado, “Dor” e “Raiva” se tornarão suas parceiras nesta Jornada. Alerta dado, consultei o “poço da Ilha de Avalon” e logo “Arrependimento” provou que o sibilos de “Padrão” – que deixariam a Sacerdotisa do oráculo de Delfos no chinelo - estavam corretos – e nem digam que esta massa era da boa, pois “Padrão” é careta.



“Os Mestres” foram os primeiros a pularem fora do aquário - como ratos em um navio a pique – reclamaram que os exercícios iniciais eram simplórios, que as práticas eram medíocres e estavam muito aquém de seus níveis de conhecimento, que as pessoas ali eram desinteressadas, etc... - acontece que lhes faltaram ouvir o cântico de “Percepção” – alias a única com ouvidos apurados para a musica clássica – pois não viram que seu papel ali era justamente aprender os primeiros acordes de “Humildade” e assim agregarem aos tons de “Vaidade”, um acorde poético que lhes dessem bons ouvidos a “Prazer”.  Também, entre nós, havia o tipo investigador – pois o Grupo criado tinha por objetivo pessoas de qualquer nível, pertencentes ou não a grupos formados -  ou seja, movidos ao som de “Rancor”, achavam que “Traição” iria roubar a cena tocando -  em suas mentes doentias - pensavam que eu tinha como objetivo com o grupo, botar para tocar a musica de “Vingança” – vaidades das vaidades - entraram não para colaborar, não apara aprender e ensinar, mas apenas com intuito de sondar minhas intenções junto aos seus pupilos e assim se precaverem de minhas más intenções e do meu plano diabólico de destruir seus grupos de sucesso e bem estruturados – com muitas ovelhas brancas, e uma ou outra, ovelha negra.

Deste ponto em diante “Padrão” cedeu espaço a “Teste” e eu simplesmente me tornei um oráculo para ela, e ouvindo suas palavras cantadas como um bailado triste e lento, deixei intencionalmente de ser participativo em ambos os grupos, como resultado disso a maioria das pessoas ali deixaram de ser proativos.  

E este cântico de “Teste” não falha, ele revelou suas irmãs mais chegadas: “Preguiça e Cobrança”. Revelando, algo que já havia visto na vivência Coventicular - o tipo buscador Ovelha - essas duas últimas irmãs, andam de mãos dadas, e entoam um Louvor a este ultimo tipo de buscador: “se não tiver quem me cobre, à preguiça me deixam inerte, e é preciso, usar de chicote no meu lombo, para que eu de fato pratique algo, sou do tipo que só faço o que seu mestre mandar, uso "tapa olho de cavalo espiritual” e assim não percebo o que se passa de fato em minha jornada no Caminho Qaiynnita. Em palavras simples, esse cântico, sem rima, sem versos e sem prosas, revela que esse tipo é incapaz de buscar ou praticar ao som de “Solidão”. Precisam sempre de um Mestre para lhes ajudar a encontrar e superar o medo – pois não se preparam de fato - dos perigos e dos Espíritos do Caminho de Caim. Seus egos submissos, são seus próprios cabrestos, freando, dominando e direcionando sua busca – sua psique enraizada na moral é o condutor da carruagem que direciona o cavalo de sua Peregrinação. E passam sempre a viver com ”Lembrança e Ódio” do que fizeram, do que podiam ter feito e sido.

Assim, do universo de mais de oitenta pessoas, e, de um outro universo virtual de quase vinte, ficaram três ou quatro na busca. Vivam vocês, estamos juntos.

“Padrão” canta:
Egos feridos e enraizados, não hão de não entender e não aprender com os próprios erros, hão de crucificar-te. Carapuças hão de caber em cabeças alheias.

Respondo a “Padrão”: Eu vivo de meu suor e trabalho, quem paga minhas contas sou eu, se não querem refletir e recomeçar, problema de cada um....  Foda-se quem se doer, será bom mesmo que expressem e comentem, assim, não preciso expor ninguém, deixo que cada um dance ao som de “Revelação”.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Quimera

Anjos se encontram
a fugir da luz que cega seus olhos.
Abrigam se nas sombras
procurando um novo caminho.

Se reencontram num olhar,
num gesto, num toque.
E assim, sem palavras.
Almas conversam

como velhas conhecidas que se reencontram.
Um minuto, uma chance, um beijo.
Uma eternidade em 60 segundos.
Sua chamas já não o assustam mais.

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De Marcos Araújo
Publicado aqui com autorização do autor

sábado, 30 de agosto de 2014

CASTELOS

Busquei sonhos..
Encontrei pesadeLos...
BusqueI amizade...
Encontrei decepção...
Busquei amor...
Encontrei desilusão...
Castelos ruíraM
Muralhas vieram ao chÃO...
Como confiar em que mente, esconde, te ilude e acha que te engana?
Quantos passos errados foram evitados hoje..?.
Com certeza sou filho de Oyà,
Pesquei no ar e ...
Nas entrelinhas ventiladas em susurros!!!!
Sentença foi dada... na noite as escusas,
Buscas me apunhalar pelas costas...
Só te esqueces.. que
Na ânsia de teu desejo insano...que
Armei a arapuca, que Odé meu pai me ensinou
E tu a presa caiu... segredou aos ouvidos de quem
Não tinhas direito, a vontade de estar só e poder agir
fez tudo para.....
Evitar que eu soubesse, do trato... calei..
Não notou?
Não percebeu?
Achas estranhos um copo de cerveja?
Mas em fim, sou Guerreiro,
Filho de Ogum,
Perdi uma batalha e não a guerra....
A beleza e a sedução de Mamãe Oxum me acompanham e
suas artimanhas também sei usar...
Na esquina espero, a encruza você passar...

sábado, 28 de junho de 2014

OS ANCESTRAIS


Autoria de Carolina Conjure.
Publicado aqui com autorização expressa e por escrito da autora

Titulo Original do Artigo: “THE ANCESTORS”

Fonte do Original do Artigo: http://www.carolinaconjure.com/the-ancestors.html
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Trabalhando com Espíritos 

Muitos Praticantes[1] começam seus trabalhos com os Espíritos Dos Mortos na forma de Ancestrais. Com os Espíritos dos Mortos ligados a eles por Sangue. Acredita-se que os mortos de fato não morram, mas sim sobem para outro nível, de onde podem olhar por nos e nos ajudar. A partir deste nível superior, os Ancestrais podem guiar-nos em nossas vidas diárias, interceder junto a Deus[2] em nosso favor e nos proteger em momentos de necessidade. 
O processo de trabalho com os Ancestrais começa com a construção de um altar Ancestral. Antes de continuar, eu gostaria de salientar que muitos Praticantes[3] são cristãos e aderem ao mandamento de Deus em Êxodo 20:3:” Não terás outros deuses diante de mim”. Logo, por esta razão, os Praticantes não adoram os Ancestrais ​​na mesma medida em que eles veneram. E é nele, no altar Ancestral, o lugar onde esta veneração ocorre ritualmente.

A criação de um altar Ancestral é benéfica por muitas razões, algumas das quais incluem, mas não estão limitadas, as seguintes:
  • Ele permite que você faça uma conexão espiritual com o outro lado;
  • Ele permite que você tenha a oportunidade de desenvolver um relacionamento com os Aliados Espirituais [4].
  • Ele confere certa dose de proteção a você, pois convida os Espíritos de “Entes Queridos” já falecidos para ser uma parte ativa de sua vida;
  • Ele lhe permite maior acesso à informação na forma da sabedoria e experiência de seus antepassados, especialmente, se eles foram Praticantes da Espiritualidade[5] ou se tiveram um talento ou habilidade especial;
  • Ele prepara você para trabalhar com outros tipos de Espíritos e com os Espíritos que não estão ligados à você pelo sangue.
A Criação de um Altar Ancestral é bastante simples e não há nenhuma disposição padrão para isso. Porém, como outros altares, muitas vezes eles vão crescer e mudar em relação ao seu sistema de crença pessoal, de sua compreensão de como colocar essas crenças em prática, dos itens que você tem e/ou pode obter, e por vezes, por solicitação dos próprios Ancestrais​​.

Quando da criação de um Altar Ancestral duas coisas importantes você deve levar consideração. São elas:

1. Onde colocar o Altar;
2. O que colocar no altar.
Onde colocar o Altar 
Onde colocar o seu Altar Ancestral, vai depender do seu sistema pessoal crença, e do que você tem disponível para usar como um altar e do tamanho de espaço que você tem para trabalhar. Realmente não existem regras rígidas e rápidas sobre a colocação altar. Às vezes, você vai ouvir que um Altar Ancestral não deve ser colocado no quarto devido a preocupações com a privacidade, pois podem surgir momentos íntimos com seu parceiro. 

No entanto, não há realmente nenhuma razão lhe impeça de colocar o seu Altar Ancestral em seu quarto, exceto se ele fizer você se sentir desconfortável tendo-o ali. Só porque o seu altar Ancestral é em seu quarto, não significa que os seus antepassados ​​estão ligados a esse local especifico da casa. Se um momento íntimo surgir, você pode se sentir seguro no conhecimento de que os ancestrais vão desculpá-lo. Se você não tem escolha a não ser colocar o Altar Ancestral em seu quarto, você pode cobri-lo com um pano branco, sempre que você acha que pode ocorrer intimidade com seu parceiro.

Um altar pode ser feito de praticamente de qualquer superfície plana disponível. Esta poderia ser uma mesa de café, a parte superior de um armário de gavetas, um estante ou deck de livros, uma prateleira pendurada numa parede, uma mesinha lateral, etc... A única exigência para o seu altar é que seja grande o suficiente para armazenar tudo o que você deseja colocar sobre ele. Por exemplo, meu Altar Ancestral é uma prateleira da parte de cima de uma estante, que esta localizado na parte de dentro da minha porta.

Antes de montar o altar, é importante que a área seja limpa. Eu costumo limpar a área com um pano úmido e algumas gotas de amônia, seguido por unção dos quatro cantos e no centro do altar, com gotas de Óleo Guia Espiritual ou Óleo Paz no Lar.

O que colocar no altar 
Um Altar Ancestral básica pode ser feito com os seguintes itens.
  • Um pano branco consagrado;
  • Um copo de água;
  • Velas brancas;
  • Flores brancas;
  • Fotografias e / ou pertences de parentes falecidos.
Os artigos são colocados no altar de uma forma agradável para o olhar. O Praticante usa um pano branco, velas e flores brancas, o uso do branco é derivado da crença de que ele representa tanto a pureza como a limpeza. A água é oferecida aos Espíritos para lhes dar refresco. Todavia, por vezes, os Antepassados ​​irão solicitar que você lhes ofereça café, whisky, algum outro líquido para beber. Quando isso ocorrer, você deve fazer o que eles pedem. A água é tradicionalmente mudada nas segundas-feiras, no entanto eu pessoalmente gosto de fazer isso aos domingos, pois é o único dia da semana que eu tenho certeza que toda a minha família estará junto comigo.

Além dos itens mencionados acima, você também pode colocar itens que pertenciam aos mortos na vida, ou itens que eles gostariam. Por exemplo, você pode ter os óculos de sua avó, ou o relógio de seu pai; você pode optar por colocar uma determinada marca de cigarro no altar porque foi a favorita de um tio, ou um livro de quebra cabeça ou palavras cruzadas porque um ancestral apreciava completá-los.

Em alguns casos, você pode decidir fazer coisas em seu altar que você fazia junto com seu antepassado quando este era vivo. Por exemplo, se sua mãe gostava de costurar, você pode honrá-la se sentando diante do altar e costurar um saco para itens mágicos ou uma roupa para boneca. Se o seu avô adorava ler westerns você pode comprar um livro para manter no altar e ler para ele um capítulo de cada vez.

A única advertência ao colocar fotos no altar é que você nunca deve colocar fotos de vivos ao lado de fotos dos mortos. Além disso, pode haver um Ancestral falecido que você está convidando e que ele se sinta desconfortável em seu espaço. Vocês podem não ter se dado bem quando ele estava vivo, ele pode ter sido considerado uma pessoa "má", ou morreu "mau", etc... Se este for o caso, sugiro que você trabalhe com os Antepassados com ​​quem se sinta mais confortável no inicio dos contatos com os mortos. Depois de ter desenvolvido um relacionamento com esses Ancestrais, você pode querer pedir-lhes para ajudá-lo a fazer a paz com o outro indivíduo (s).

Trabalhando com os Ancestrais 
Por outro lado, como você trabalha com os seus antepassados​​, as orações que você diz, as ofertas que você faz, e quantas vezes você serve em seu Altar Ancestral dependerá do seu sistema de crença pessoal. Por exemplo, os católicos são conhecidos por terem orações prescritas que eles oram por hábito (como o Rosário), enquanto orações batistas são freqüentemente extemporâneas. Cabe a você decidir qual a forma que a sua veneração aos seus Antepassados ​​vai ter. 

Eu como alguém que foi criada em uma família batista, muitas vezes começo a minha veneração acendendo a (s) vela (s) branca (s) e recitando a Oração do Senhor. Esta foi à primeira oração que aprendi na Escola Dominical e muitas linhas dentro dela fala profundamente comigo em um nível espiritual e facilita para mim trabalhar com os Espíritos dos meus Antepassados.

Por exemplo, A oração começa: “Pai Nosso que estais no Céu, Santificado seja o teu Nome”. Estas palavras reconhece Deus como nosso primeiro ancestral, ou Pai; “Assim na terra como no Céu”, Tudo o que ocorre no altar acontece porque Deus quis. “O pão nosso de cada dia, daí-nos hoje”, não o meu pão de cada dia, mas o nosso pão de cada dia. Esta é uma referência para fazer oferendas para os Espíritos e os benefícios que recebemos em troca de nossa devoção. “Não nos deixeis cair em tentação, mais livrai-nos do mal”, este é um pedido a Deus para que nenhum espírito maligno nos faça mal ou nos dê um mau conselho, bem como, é um pedido para que nenhum mal aconteça os Espíritos que habitam no nosso altar.

Algumas pessoas trabalham com os seus antepassados ​​todos os dias, alguns se aproximam de seu Altar Ancestral uma vez por semana, e alguns trabalham com os seus Antepassados ​​sempre que tem uma intuição, noção ou percepção. Eu sinto que é muito importante se estabelecer uma prática regular de oração em seu Altar Ancestral, não todos os dias seguidos, mas no mínimo, uma vez por semana. Tudo o que você decidir que é importante deve ser consistente com a sua prática.

O Boneco Ancestral
O boneco Ancestral é um boneco que representa todos os seus antepassados ​​“positivos” conhecidos e desconhecidos e, por esta razão, o boneco não terá um rosto, (veja a foto à direita) e nem seu sexo ficará evidente. No entanto, em alguns casos, um Praticante pode fazer boneco Ancestral fêmea e um macho, dependendo de suas escolhas pessoais.

Para fazer um boneco Ancestral, costura-se um boneco da roupa usada de um parente ou parentes falecidos. Se não existir tal roupa ou não estiver disponível, alternativamente, o boneco pode ser feito de pano branco. O boneco pode ser recheado com pedaços de panos, bem como, os itens que são normalmente encontrados em um Altar Ancestral, como artefatos pessoais, terra de cemitério, cópias dos certificados de nascimento / morte, etc...

Se você não tem quaisquer artefatos pessoais de um membro falecido da família, basta escrever o nome dele (deles) completo em um pedaço de papel e incluir todas as demais informações pertinentes que você tem (nascimento / data da morte/etc...), bem como, quaisquer memórias felizes ou histórias envolvendo essa (s) pessoa (s). Desta forma, você está preservando a memória desse (s) acontecimento (s) / história (s) e cria seu próprio artefato pessoal.

Para usar o Boneco segure, converse, e também pode ser levado com você quando viajar. Desta forma, o Boneco Ancestral é semelhante a um altar ancestral portátil. O Boneco Ancestral é a escolha perfeita para quem deseja honrar e trabalhar com os seus Antepassados​​, mas que tem uma quantidade limitada de espaço para trabalhar ou para aqueles que têm de trabalhar em segredo por qualquer que seja as razões.
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[1] A autora usa o termo: Root-Workers, que traduzido quer dizer “trabalhador de Raízes”, e segundo observa-se é uma das formas (no Caribe e parte da America Latina) de descrever o praticante de Xamanismo, Bruxaria, Feitiçaria ou Curandeirismo, mas ligados a manipulação de ervas ou plantas (psicoativas ou não); mas também, pode se referir a um Conjure ou Conjurador.
[2] A autora usa o termo: Godhead , que pode ser traduzido por “Divindade”, “Ser Supremo”, “Criador”, “Deus”, Suprema “Personalidade de Deus”, notadamente referindo-se ao Deus Judaico-Cristão.
[3] A autora usa novamente o termo: Root-Workers.
[4] A autora usa o termo: Allies, que traduzido refere-se à: confederado; aliado; parente; concordar; aliar-se; confederar-se, portanto, pode esta se referindo aos “Espíritos Familiares” das Bruxas..
[5] A autora usa o termo: Spiritual-Practitioner, que traduzido quer dizer Praticante-Espiritual, mas acredito que o sentido aqui é o de alguém de seus Ancestrais que tenham de alguma forma de espiritualidade reconhecível.
************************************************************ Titulo Original do Artigo: “THE ANCESTORS”
Fonte do Original do Artigo: http://www.carolinaconjure.com/the-ancestors.html
************************************************************ Autora do Artigo CAROLINA CONJURE
Site:
http://www.carolinaconjure.com
Facebook: 
https://www.facebook.com/carolinaconjure?fref=photo
************************************************************ Fonte do Original do Artigo: http://www.carolinaconjure.com/the-ancestors.html
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Tradução: Jayhr Gael Lvnae. ************************************************************
Publicado aqui com autorização expressa e por escrito da autora. Proibida a reprodução por qualquer meio sem a expressa autorização da Autora. Não autorizamos a reprodução da nossa Adaptação do Artigo sem a autorização da autora.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Oração à Dama Escura





"Pomba minha, que andas pelas fendas dos rochedos, no oculto das ladeiras, mostra-me a tua face, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e a tua face misteriosa." - Cânticos


Escuridão do Útero, do esquecimento e da perda.
Morte e o fim do Ciclo que trará a Paz.
Sabedoria dos nossos Ancestrais, 
manifesta no processo de transformação de toda a Matéria.

A realização de que somos compostos de Carne e Morte,

O Salto para o Outro-Lado, o Lar de nossos Ancestrais e a Fonte da Criação.

(hipótese 1)

Santa Catarina,
livrai-nos da atitude apressada, irrefletida,
que não resulta em benefício ou amadurecimento.
Rogai por nós.


Ou
(hipótese II, foi em específico para um malefício)

Santa Catarina,
livrai-me de meus inimigos.

Corte fora toda má língua e todo mau olho voltado contra mim.

Que meus inimigos, sejam teus inimigos.
Que minha família seja também tua família.
E que os inimigos de minha família sejam também teus inimigos.
Que aqueles aos quais tenho ódio, tu os odeies.

E toda boca se abrirá para pronunciar seus nomes
e somente será para que eu ouça de suas tragédias.


Pomba Sagrada que desdobra o fluxo e o refluxo da Lua.
Rainha do Sangue que cavalga as ondas do Leite da Noite
Impregnando inspiração pela virtude da Ausência.
Terror da Noite e Ausência de Som.
Solidão e o Isolamento.
Mãe das Bruxas, aquelas que vivem no limiar dos mundos 
E que embalsamam o mundo de poesia e de encantamentos.
Tu vives nas paisagens selvagens, onde não existe Sol ou Calor,
O caminho ensanguentado para a raça escolhida.

Santa Catarina,
livrai-nos da atitude apressada, irrefletida,
que não resulta em benefício ou amadurecimento.
Rogai por nós.
[...]

Manifesta tua Luxúria e Violência, 
Levando-nos para o limiar do conforto
Onde em seu encontro receberemos as carícias 
Que levam a Tensão e ao Êxtase Divino.

Transformas nosso corpo em instrumento da Noite, 
Torna-o na ausência manifesta.
Entrega-nos teu Mistério,
Faz fluir o Sangue através do Véu para os marcados como teus.
Eros e Thanatos são teus cavalos e sua carruagem é da Lua,
Este é teu mistério velado pelo Leite da Lua e a Carne Noturna.

ou
Manifestada em Luxúria e Violência, 
Levando seus filhos ao limiar do conforto,
Onde em seu encontro receberão as carícias 
Que levam a Tensão e ao Êxtase Divino.

Transformando o corpo em instrumento da Noite,
na própria ausência manifesta.
Entrega-nos teu Mistério,
faz fluir o Sangue através do Véu para os marcados como teus.

Eros e Thanatos são teus cavalos e sua carruagem é da Lua,
este é teu mistério velado pelo Leite da Lua e a Carne Noturna.[...]

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Inspiração (autor) de Artur Morais, Sábado, 17 de maio de 2014.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A TAÇA E O VINHO - AS INCERTEZAS DO CAMINHO

O DIÁRIO DE AZAZEL – PÁGINAS 1460 - 1461

 

"Vinhos são como os homens. Com o tempo, os maus azedam e os bons apuram"

Cícero, filósofo Romano


A vida Coventicular nos muda muito.
O viver no akerrale não é fácil, ver a alegria das chegadas e a dor das partidas, nos ensina e molda a ser imunes, a não termos apegos.

Os apegos nos prendem e nos torna acorrentados ao passado e a dor.
A Arte sem nome, cujos uns dos epítetos em língua portuguesa e Bruxaria, nos ensina a deixar partir, nos forçar a entender o sentido de liberdade, nos mostra a diferença entre se acorrentar e se libertar.

Toda partida tornar-se-á um reencontro, isso é certo, “Destino, Senhora de Todas as Conseqüências” move o Tempo, movimenta as correntes e sopra os ventos de partida, e, na circunferência do circulo da existência, nos empurra sempre a um ponto de reencontro, onde tudo teve inicio. E, aquilo não resolvido pelo Peregrino que viajou por estradas estranhas é trazido de volta. E o que fazer?

A tendência natural do Líder Coventicular é a de não ouvi os avisos soprados na sua consciência pelo Dhulqarnen[1], ou, as manifestações daqueles que jazem debaixo da terra em que se vive, de imediato busca ajudar, orientar, e, doar-se novamente.  

Só que isso depois lhe trás novas partidas dolorosas, deixando para trás o sentimento de mais uma vez ter sido enganado ou traído.

Mas isto, não é culpa do Peregrino que retorna e se vai, a culpa maior está no próprio Líder em teimar em não viver o que ensinaSe diz Luciferiano e esquece de quea mente é considerada "Luciferiana" na percepção – ou seja, quando tem a capacidade de estar em constante mudança e progressão[2]”.

Se professa Qayinnita e depois se esquece da forja, do martelo e da bigorna, do forcado e do arado e dos caminhos de solidão de Caim.

Há uma frase que vi escrita no muro do Colégio da Policia Militar, quando lá fui professor que diz ”palavras convence, o exemplo arrasta” e isto não está sendo viso, vivido ou praticado pela maioria dos Líderes que conheci, volta e meia vejo-os se lamuriando pelas redes sociais, por que Tal pessoa era de seu Grupo e saiu e quando tava na merda voltou, e ela ou ela, aceitou, recolheu, e depois tomou o velho e bom “pontapé na bunda”.

Ora meus caros!!!! Será que a culpa é de quem te deu o pé na bunda ou sua, que não apreendeu nada do que ensinava?

Reflita bem antes de apressadamente responder.

Apesar da maioria dos meus leitores terem, sem motivo real, aversão ao cristianismo, gosto dos textos evangélicos como exemplo e um deles diz: “Porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos[3]”.

  • Esse textinho da tão odiada bíblia já lhe passou pela cabeça como sendo algo a ser observado?
  • Você lembra quantas vezes ensinou que a Bruxaria é para todos, mas, nem todos são para a Bruxaria?
  • Sim, já pensou nisso, ou isso só aplicava a quem você, na limitação de sua mente, prendia pelas suas carências, pelas suas necessidades afetivas e talvez desejos ocultos?
Você realmente pensou que só porque tinha predileção maior por “a” ou “b”, que eles ficariam ao seu lado em todos os momentos? 

Decepção e ledo engano, na maioria dos casos, a quem você mais dedicou tempo, a quem você mais confidenciou, em que você mais investiu, foi justamente quem lhe deu o tapa da cara, lhe causou maior sofrimento.

E aquele ou aquela Zé ninguém, aquele ou aquela Zé ruela, aquele que ou aquela que você mais desprezava e num dava um pingo real de atenção ou ensino, foi justamente quem realmente ficou ai com você. Mas que depois de ver você pulando feito coelho na pascoa, decidiu que deveria partir.

Pois agora quem lhe virou as costas, volta com cara de “santa puta”, com rostinho de “Maria Madalena arrependida”, faz aqueles olhinhos do Gato de Botas no filme Shrek e você cai que nem neném na conversa pra “boi dormir” e você se alegra. E sentindo o pseudo gosto da vitória, pensa que tá dando o troco, que tá dando um tapa com luva de pelica na cara de quem te deixou a ver barcos a partir no porto e como o Pai do Filho Pródigo, faz festa, anuncia aos quatro cantos do Facebook e dos WhatsApp que teu filho prodigo voltou.
  • Você não aprendeu a lição né?
  • Não compreendeu a ordália e as peripécias de Destino?
E novamente deixa quem tá ai do teu lado, sim, aquele ou aquela “pé de pano”, mero coadjuvante do Pica Pau, que você na ausência do Peregrino Pródigo, fez teu confessor, derramando litros de tuas lamurias de lado.

Sim, é isso mesmo, você tem o péssimo hábito de lançar aos coitados suas frustrações e decepções ao invés de tirar proveito das lições que Destino te dá.

Por isso, vou te ensinar algo hoje: “um Líder real, não deve dividir suas dores e frustrações com seus dedicados ou iniciados ele tem de ser o exemplo em tudo”. 

Voltando ao texto:

Vou te dá um exemplo prático:

Um irmão que se afastou do grupo há quase cinco anos e me deu um belo pé na bunda. Tal irmão foi quem dediquei tudo, sonhava ser meu sucessor, dei ensino, tempo, atenção, dinheiro, amor, carinho. Fiz até inimizades, adoeci durante e depois de sua partida. Tal pessoa me excluiu totalmente de sua vida, me deletou das redes sociais, durante anos nunca deu qualquer notícias e nem procurou saber como eu estava, em fim, comi o “Pão que o diabo amassou e repisou três vezes nos quintos infernos”. Em meados de abril/14, fui procurado pelo WhatsApp por ele para pedir ajuda para a pessoa de suas relações que sofria de algum tipo de perturbação, acontece que tal pessoa que necessitava de ajuda, se tornou, com os motivos que só o “Tinhoso de Pés Fendidos” saberia, desafeto de minha pessoa e eu nem nunca a conheci ou falei pessoalmente. Minha resposta foi categórica “Meus Juramentos são com você irmão e não com a pessoa que necessita de ajuda, aconselho buscar ajuda profissional para ela”. Fui chamado de infantil, vingativo, criança, que mudei, que o Gael que tal irmão conhecia não existe mais e tal, e de coisas piores. 

Duas coisas ele não tinha percebido:


a)  A primeira é: vai que eu tente ajudar com minha cara de “Santa Puta” sem bordel e tal pessoa surte e piore e que o caso seja psiquiátrico, ou ela invente que eu a estou prejudicando, em quem meu irmão acreditaria?  Claro que não em mim, e sei disso, por experiência própria.



b) A segunda e serve para ele e para você meu leitor: “ Que quem caminhou o caminho Nocturno de Caim, sem está verdadeiramente em busca da Luz entre os Chifres do Diabo, tende a temer a solidão D’Ele. No caminho de Caim, aprendemos com Ele, a buscar a ajuda somente do Pai Espiritual e dos Espíritos do Além, e estes estão sempre do nosso lado”.


        Portanto, na vitoria ou na derrota, deves deixar que os que Partiram - apesar dos conselhos que o “Diabo Iniciador” deu através de ti - bebam sozinhos da taca que sozinhos escolheram... E mais, recuse, caso te ofereça, a provar o sabor do vinho colhido na seara que quem partiu plantou  ... Afinal é tudo parte colheita do Caminho Qayinnita... Quem - apesar de advertido - escolheu a taca, deve sorver sozinho o vinho dentro dela”

Entendam que a taça é a partida, as sementes são os motivos, os frutos e o vinho são as conseqüências das partidas, e não te é dado o direito de compartilha do vinhedo alheio.
E eu aprendi com tempo, que não devo fazer às vezes de sommelier e provar todos os vinhos produzidos pelas escolhas erradas.

O caminho de Caim ensina que você deve sorver só o vinho de sua colheita... Caim não dividiu a taca com ninguém, sorveu suas ordálias e transformou-se no Homem de Luz ...


Não deixe que tua arrogância disfarçada de piedade te faça esquecer aquilo que te foi ensinado: O crânio de Abel no qual ele bebe e leva consigo são as lembranças do que foi e a mascara que deve ser no mundo, ali ele vislumbra os oráculos do futuro e compara com os erros e acertos do passado,.. E como diária Hubrecht Dujker: "A Vida é curta demais para beber vinho de má qualidade".


Por isso a mim, basta minha taça..

E a  ti, o que te basta?

Amém+
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Extrato de conversa do Whatsapp em 28/05/2014, que revela verdade e a mentira no estreito caminho entre o cinismo e a ingenuidade.....




[1] O Líder do Coventiculo ou “O Senhor dos dois Séculos” conforme nos ensinou o Mestre do Coventiculo na prática, é o Familiar ou Homem de Preto que continua sua existência depois da morte (física), uma existência separada do ente corpóreo, seu Espírito permanece em atividade de um século para outro, tendo perfeita lembrança de sua vida e podendo se manifestar através de várias formas, enquanto preso a terra nos ritos necromânticos.
[2] VOX SABBATUM, ByMichael W. Ford.
[3] Matheus 22:14.
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quinta-feira, 13 de março de 2014

ALEA JACTA EST.

O DIÁRIO DE AZAZEL – PÁGINAS 1451 - 1457


"Sabemos muitas mentiras dizer símeis aos fatos, e sabemos, se queremos, dar a ouvir revelações”

Teogonia de Hesíodo vv 27-28.


I
A noite estava particularmente estranha, havia um silêncio ensurdecedor pairando no ar, nem mesmo um minúsculo lufar de brisa se atrevia a passear por aquela noite, aliás, para não ser pego em contradições, é preciso afirmar que apenas uivos eram ouvidos ao longe, na fronteira entre os mundos, e, isso era aterrorizador... O ambiente escurecido do quarto, onde malmente via-se a penumbra do guardada-roupas de seis portas, tendo em cada uma um espelho, devidamente selado, o contorno da mesa de escrivaninha com uma cadeira plástica encostada a direita dela, e um cinzeiro de retangular de mármore branco, contendo um cigarro acesso, a ponta vermelha era o único ponto real de luz ali, fumaça dos vários cigarros completavam a sena.... Eu, assustado com o aquela noite atípica, pensava:

As terríveis experiências nas naus nos forçaram a selarmos um pacto para o bem de todos nós e desde que aportamos como degredados na terra de Pindorama há mais de quatro séculos, vivemos em paz e sob a máscara...

Hum!!!! Há tempos que a paz foi selada entre nossas raças, só assim pudemos fugir das fogueiras e dos autos que assolava a Ibéria... fomos forçados a dividir as mesmas naus por meses e meses, atravessando os vastos mares, padecendo das mesmas necessidades e correndo os mesmos perigos.... tudo isso, pois fim, a essa guerra nefanda que nos matava e fortalecia os filhos do Barro... a União garantiu nossa sobrevivência....

E mesmo depois de aportamos aqui, os poucos que se arriscaram a praticarem abertamente as artes do diabo foram mandandos de volta para as masmorras de além mar ou para algum lugar nas costas Africanas, e destes, raros foram os que não perderam a vida pelas chamas ou dos quais tivemos qualquer tipo de noticias nos séculos seguintes.

Há até quem diga, que por isso, vários ramos de ambas as raças foram totalmente aniquiladas... Eu particularmente, não creio no extermino, afinal, os oráculos milenares, falam que qualquer marcado pelo sinal da queda, não pode deixar o mundo dos vivos, sem passar adiante o legado...

                                                   III
Aqueles uivos me assustaram... Porque será que Alcatéia local está tão nervosa? – Me perguntava sem obter respostas conclusivas... Cheguei a imaginar que talvez alguns filhos de Abel, os tivessem descobertos e os estavam perseguindo... Mas a realidade era outra, eu sabia, no fundo eu sabia que a paz na área havia sido quebrada por algum grupo desgarrado, afinal, eles são animais-semi- humanos... em outras partes nas poucas vezes que ocorrerá a quebra da trégua, eles foram caçados por nós ou por aqueles de sua própria raça que fariam de tudo manter a paz em pleno vigor.

III
Na penumbra fervilhando em divagações, minha mente buscava entender o que se passava naquela noite insólita, e com rápidos movimentos de pupilas ora para cima, ora para baixo, onde por vezes as órbitas oculares voltavam-se momentaneamente para direita e para esquerda, fazendo minhas sombracelhas franzirem ligeiramente - isto era um claro sinal de que estava buscando respostas – Eu continuava a perscrutar a mente em buscas de porquês... 

Derrepente!!! um clarão azul eclode da parede norte do quarto espantando a escuridão e por ali alguém adentra furtivamente meu quarto, eu me espantei, pois a porta estava fechada e selada, e somente um descendente Lvnae da linhagem de Alucah[1] ou de Lilitu, saberia contornar os encantos Robetz[2] - as chaves para poder quebrar o encanto...

De sobressalto meu coração disparara, meus pelos se ouriçaram, tremores assolaram meu ser. Gotas frias de suor escorreram pelo meu corpo, preparei-me para batalha terrível com um ou vários dos desafetos naturais, porém, uma voz familiar freia meus pensamentos, instintos e ações - mas ainda tive tempo de planejar uma fuga rápida, caso fosse necessário...

Pronunciando a palavra passe, reconheci o Mordomo, ele era um dos remanescentes da linhagem do sangue puro, mas ele não estava só, imediatamente um odor canino se fez sentir fortemente, impregnando o ambiente, era o cheiro de um grande cão molhado, que agredia minhas narinas, sabia do que se trata, pois sempre fui capaz de sentir a presença deles pelo odor a quilômetros de distância, mesmo que estivessem sob a máscara...

Naquele momento achei que nossos eternos inimigos haviam quebrado pacto de sangue selado há séculos, e aquele em questão  estava esgueirando-se pela passagem aberta entre os mundos pelo Mordomo para atacar-nos...

Mas o Mordomo antevendo minhas possíveis ações, disse-me: Acalme-se, ele está comigo, e, é nosso convidado, e esta autorizado pelo  Dhulqarnen[3],  para dar-lhe um recado....

IV
A luminosidade tornou-se opaca-azulada, era como se estivéssemos envoltos em fumaça azulada – se é que a luz não estava apenas refletindo ou reagindo com a densa fumaça dos cigarros que eu havia fumado - então, pude vê-lo saindo por detrás do Mordomo, era ele mesmo, Uriel, um híbrido criado dos genes das três linhagens de Iblis[4], metade humana, metade lobo e metade seirim[5], uma raça feita para servir aos de sangue puro....

........ Ele estava ali parado na minha frente, patas fendidas, pêlos eriçados, orelhas bicudas e dispostas na cabeça como as dos animais, dois chifres na testa e pernas de bode - eu reconheci aquela besta bastarda não só pelo odor fétido, mas por aquela marca negra na orelha esquerda... Sim, ele despertara em mim os mais contraditórios sentimentos – um amor incondicional e um ódio eterno........

Aquela besta, com chifres e patas de bode, aquela verdadeira aberração genética, aquela brincadeira grosseira da Mãe Natureza, estava ali parada e salivando... Seu aspecto bestial era uma verdadeira visão dantesteca, os olhos vermelhos como a lua de sangue, não deixavam dúvidas, a aberração genética que formou aquela raça degenerada havia deixado suas marcas bem visíveis...

.........toda uma descendência gerada sob e sobre o pecado da bestialidade genética, mistura de mistura de raças, refugo de refugo, gerada a partir de crianças não nascidas, feitos sem vontade própria, criados para que fossem escravos e servidores das outras raças puras de Saklas[6]... e o tempo lhe fez surgir lampejos de consciência de “eu - individual” e eles queriam mais que escravidão,  queriam igualdade e liberdade e se rebelaram contra seus criadores... E tivemos que caçá-los e domesticá-los outra vez à força... Porém, a doutrinação foi tão perfeita, que mesmo quando desenvolveram o self -pleno e lhe demos alforria, eles nunca perderam o gosto de servir as castas superiores........

Uriel era um belo exemplo dos erros cometidos no passado pelos de sangue puro, uma aberração genética.... Em sua forma humana, era belo como Anjo, sua pele branca, quase beirando a palidez, seus imensos olhos castanhos e seus cabelos lisos, castanhos claros, lhe emprestava uma beleza medieval...  Mas, em sua forma bestial, era algo aterrorizante... Eu o tinha como meu cão de estimação, e mesmo na forma humana, ele me era submisso como um poodle, certa vez expliquei a ele as origens das raças...

...... a Primeira Raça, Uriel, descende diretamente de Qayinn e de sua Irmã, a Feiticeira Qamena, ambos descendentes diretos dos Benê-Haelohim[7], por meio Lilith e Samael, a segunda foi gerada através das Artes e da Luxuria: “certa Bruxa apaixonada pelo Pai Qayinn, não suportando a rejeição que dele tinha, o enganou, fazendo-se passar por uma pobre anciã na floresta em perigo, pediu ajuda a Qayinn, que a salvou das bestas da floresta e em gratidão, ela lhe ofereceu um fruto que nosso pai comeu e não sabia tratar-se de um fruto encantado e através dessas malditas artes ela transformou nosso Primeiro-Pai em Lobo, e após isso ela, também comeu do fruto mudando sua forma para a de uma loba e sua paixão por Qayinn tornou-se cio e ele sob o instinto animal consumou com ela o pecado da bestialidade [8], Assim fora unida no ventre da Loba genes de lobos e homens, nascendo daí a primeira criança da segunda raça...

Uriel viveu comigo, aprendeu o segredo que controla sua a transformação, sua vontade, seu foco e a sua luxuria.... Mas ele detestava sua própria origem, ele queria ser um de nós, queria que mudássemos o Destino.... Neguei a ele possibilidade de ser um de nós, não porque não quis ajudá-lo, afinal eu padecia do mesmo pecado dos Anjos Caídos - a paixão e desejo pela carne e sangue inferior - e sim porque não havia como, afinal tratava-se de sua genética e não de Artes Diabólicas pura e simples, ele deveria se contentar em ser o que é, e não fazer as vezes de Pinóquio querendo ser gente de carne e osso, ele não se contentou e se vingou na primeira oportunidade...

....... em nosso ultimo encontro, quando desgarrados me atacaram Uriel nada fez, a não ser fugir como  um filhote de lobo amedrontado.. Por isso, o ódio por Uriel era maior em mim que o amor que um dia sentir...

Quando penso que abriguei sob meu teto aquela Besta, aquele ser de origens duvidosas, aquele bastardo, e lhe ensinei parte dos segredos e arcanos da Arte, quando penso que amei-o, quase ao ponto da paixão dos Caídos pelas belas filhas dos homens, tenho vontade de jogar-me do alto de do Monte Hermon, ou melhor, e mais prudente, de cortar-lhe a cabeça e pendurá-la na parede da sala de estar....

V
Adivinhando meus pensamentos, o Mordomo mais uma vez, interfere e me pede calma, seguro toda ira, respiro fundo, apenas meu olhar me traí, pois deixa claro toda repugnância que sinto para com a presença infecta de Uriel...O Mordomo com um olhar frio que lhe enrugara a testa disse-me: Uriel veio avisar-me que você e o Clã correm perigo, Shamad, filho da  linhagem de Aeshma-Daeva[9], está de volta, e juntos com  os desgarrados, estão lançando outra vez o feitiço da forja que aquece o quarto prego. E você sabe Azazel o que acontece quando o prego é aquecido em brasa, não temos maneira de deter esse feitiço até que os de seu clã estejam todos seguros...Nesse momento meus sentimentos para com Uriel foram relegados à segundo plano, eu sabia o que aquilo significava...

Evidente que eu sabia sim, pois, apesar de ser um da raça de Alucah ... Eu não era sangue puro, é verdade, nunca fui e nunca reivindiquei isso - eu carrego sangue Gitano[10] - aliás, sempre fui um excelente  leitor de cartas e mãos eu era e sou também mestiço, não como Uriel, há diferenças, e é verdade, que vim depois a descobrir traços comuns com ele, o que me aproxima sempre dos lobos e cães...

Eu herdei o gene-lobo, meu próprio bisavô-paterno era um descendente da segunda raça, mas, nem meu pai e nem eu, herdamos a dom da licantropia... Meu pai tinha sangue gitano... Portanto, a mutação genética em nós é inerte... Talvez algum descendente meu possa manifestar a mutação – preferi não tê-los.

.........inconstância, mudança, movimento, são palavras que perseguem meu sangue desde o ano 26, quando o quarto prego da cruz, não foi entregue no devido tempo, pois parte de meus antepassados por parte de pai tiveram que fugir as pressas de Jerusalém, e desde então padecem a maldição de não ter um lugar no mundo onde possam descansar por muito tempo, e volta e meia, são forçados a fugir e a mudar.. e uma de minhas antepassadas se deitou com um Gitano, desta forma, ela gerou filhas e filhos a quem passou os segredos das artes proibidas, mas estes também herdaram a maldição do quarto prego e a passaram adiante.... então sou atingido pela maldição da raça de meu bisavô.......

VI
Os nascidos sob o signo de Aeshma-Daeva são Bruxos Poderosos, todas as vezes que os gitanos tiveram que lutar contra eles, foram obrigados a bater em retirada, pois sabiam como manipular os filhos do barro vermelho....  


..............Muitas vezes foram expulsos das aldeias e cidades, e por vezes as escorias dos filhos de Abel os perseguiam, sem contar que por alguns séculos, o Clero dominante ficava muito feliz em colocar, as suas ávidas mãos santas, nas riquezas terrenas de nossa gente, condenando alegremente muitos deles as chamas e ao degredo............ 


Nos tempos modernos, não são à força da lei e nem a da fé que tememos, mais justamente, as forças às margens da sociedade - aqueles que através de e dos desgarrados distorceram os segredos dos jardins de delicias e sombras, abrindo portas para opara as regiões dos abismos da mente -  armadas  e perigosas que são facilmente manipuladas por “feitiços” antigos adaptados à nova realidade... Portanto, aquecer o quarto prego, significava que Shamad, usaria o não-limite para atiçar as massas escravas contra nosso clã outra vez... 

...............Eu o havia subestimado.... Retornei ao conforto do meu lar, cedo demais, porque pensei que eu o tinha derrotado, mas eu apenas o tinha vencido uma batalha e sua guerra pessoal contra mim estava apenas começando... O poder de Shamad era maior do que eu imaginava................

VII
Perguntei ao mordomo ainda meio atônito: Como conseguiram o arcano?

Não sei – respondeu o Mordomo e continuou – só sei que esta noite estarão sobre as areias a aquecer o prego na forja e não haverá água para esfriá-lo... Fez uma pausa, suspirou fundo e contiguou – a Governanta e a Dama, só poderemos agir para nos ajudar a esfriar o prego, quando você estiver em segurança, você precisa sair agora, depois providenciaremos a mudança das coisas, pegue algumas peças de roupas e coisas extremamente necessárias, acorde o humano que você cria e vamos, o Valete, está nos aguardando além do limite.....

Evidente que eu estava ciente do perigo que eu corria, pois aquecer o prego significava que eles me cassariam outra vez até conseguirem atravessar meu coração com uma estaca, cortarem minha cabeça ou me atingirem com uma bala de prata... 

O prego aquecido é uma formula de expulsar alguém, que está sob a maldição, de certo território atiçando o ódio das massas... Porque Shamad e os desgarrados querem me ver bem longe desse território, o que há demais nesta terra sem graças e sem grandes novidades, que tesouros estão oculto sob este solo? 

VIII
Uriel, finalmente, abriu sua boca enorme, mostrando os dentes pontiagudos, e disse, em som que mais se assemelhava a latidos caninos de um cão de grande portel: Azazel!!..

Quando ele pronunciou meu nome, um tremor subiu pelo meu corpo, e mais uma vez fui assolado por sentimentos contrários;

Ele continuou: Shamad nunca lhe perdoou pela derrota e pela humilhação por tê-lo ridicularizado diante dos de sangue-puro, você quase destruiu toda linhagem dele ao revelar o que ele pretendia fazer com os Anciões da primeira e da segunda raça.... quando você se negou a prestar os juramentos sob a árvore de fogo que ele havia plantando no além, ele jurou vingança... Não sabia se ouvia atentamente ou me lançava sobre aquela coisa para matá-la... Contive-me, o perigo para a Família era maior que eu....

Uriel continuou-: Ele sente que há mais que amizade entre você e a Criança[11] de olhos verdes – fez mais uma pausa – essa criança é um lobo.... E ele sabe que há mais unindo você e ela, ele vai usar isso... ele vai usar as massas para destruir tudo que você ama... -Senti um ponta de ciumes em Uriel quando pronunciou as onde últimas palavras, confesso que gostei, pelo menos sei que estou vivo dentro dele em todo os sentidos 

Uriel parou suspirou e continuou: Segundo soube, várias serão as frentes erguidas para combater contra você... Os chefes das gangues da área já foram arregimentado por Shamad que usou feitiços de submissão escrava, assim, ele semeou a guerra e jogará seu nome no meio disso... Ele sabe que os cabeças das gangues são filhos do barro vermelho, controlados por desgarrados, ele compactuou com os desgarrados e juntou-se a eles, e como herdeiro da Linhagem de Aeshma-Daeva, no final, ele usará todos para se vingar de você e dos de sangue puro das duas raças...

IX
Por um instante divaguei enquanto Uriel falava:  
Shamad havia proposto permutar e mesclar conhecimentos, desta forma, dois grandes ramos da Arte - o Clã dos Aeshma e o Clã Lvnae - se uniriam, fazendo nascer um Poderoso Clã das Artes, unidos em prol de um mundo melhor.
Ledo engano, Ele queria apena me usar para derrotar os Anciões das Raças Mães e seus descendentes nascidos pelo pecado queda de Semjaza, assim se proclamar o Grande Senhor de todos os Clãs.... 


E eu não tive outra opção, se não lutar com ele, além dos limites do que é visto; uma luta tão violenta, que seus efeitos e conseqüências vazou para o mundo visto e acabou interferindo no clima da região, exércitos as raças e clãs, e seus filhos semi-humanos, de cada lado, numa guerra infernal, fazendo daquela noite uma das piores noites de tempestades da histórias - raios, trovões, ventos e inundações, centenas de feridos humanos - Por fim, depois de muita luta e quase esgotados, conseguimos ferir Shamad severamente, e levá-lo a julgamento diante dos Anciões, que decretaram seu banimento e o fim de suas Artes... Soube que ele curou-se e ficou coxo, mais jamais perdeu a soberba de querer colocar os humanos de barro acima dos Daevas, dos Djinns e de seus descendentes...
                                  Não tive tempo de mais nada...
Uma grande explosão foi ouvida, Ofídia, abalara sua espinha, e, sob o seu dorso marchava um exercito de não-humanos agora controlados pela magia e sobre a terra homens armados tocavam o horror pelas ruas da pequena cidade....
Olhei pela janela do atemporal e pude ver Shamad liderando a dança da caçada contra nós.......
O prego foi esquentado...
Lembrei-me dos tempos das Aldeias e só tive tempo de lançar um feitiço para proteger minhas crianças geradas....
Não tive mais opção...acordei a criança-humana...
.................Ele ganhou essa batalha................
                               .....Mais a guerra estava recomeçando...
                                                         ...Alea Jacta Est”....

(continua?)

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P.S:  O texto é composto de mentiras símeis aos fatos... “e dizer mentiras símeis aos fatos é furtá-los à luz, encobrí-los. As mentiras são símeis aos fatos enquanto só os tornam manifestos como manifestação do que os encombre[12].”..  ele, revela assim, similitude que se oculta na verdade e na mentira no estreito caminho entre o cinismo e a ingenuidade.....

                                          




[1]Alucah é um demônio feminino, aparece em Provérbios 30:15. Apesar de se traduzir a palavra vulgarmente por sanguessuga, a tradição hebraica via naquele nome a designação de um gênio maléfico. Segundo a interpretação do Targum, trata-se de uma espécie de vampiro feminino que anda a espreita para sugar o sangue dos homens.
[2]Robetz é a palavra que se lê em Gn 4:7 a designar uma personificação do pecado que está deitado à porta para apanhar Caim. Chamou-se-lhe por isso o «demônio da porta»: “..Porventura se procederes bem, não se há-de levantar o teu semblante? e senão procederes bem, o pecado jaz (Robetz) à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar”.. Parece não haver dificuldade quanto à relação de Robetz com Rabitsu, demônio babilônico que ataca os homens. Esta personificação do mal permite também uma ligação com a expressão «espírito mau da parte de Yavé» que se lê por exemplo em I Sm 16:14.
[3]O Lord dos dois Séculos, ou o Líder das Assembléias, foi chamado dessa forma num jogo de palavras, pois estava literalmente entre duas gerações,numa como Guia Espiritual e noutra como carne, ou seja, também, se atribui ao Espírito Guardião do Clã, o Homem de Preto, o Corvo Pai, o Líder Espírito ou Pequeno Demônio Coventicular, Ou Deus Coventicular, alguém que viveu na terra como Líder do Clã e que do outro lado, continua liderando o Coventículo,
[4]Forma Mulçumana para qualificar e nomear Lúcifer, Satã, Azazel ou Diabo.
[5]Seirim (ou se'îrîm – traduzido normalmente como «sátiros» - Is 13:21; 34:14), os velus, que dançavam nos lugares desertos onde habitavam e a quem se ofereciam sacrifícios. Em Lv 17:1-7 declara-se esse culto proibido, pois os seirim eram demônios: «nunca mais oferecerão os seus sacrifícios aos demônios, aos quais prestam cultos». Is 34:14 apresenta os seirim (= peludos), seres demoníacos a viverem nos desertos e entre ruínas, uma espécie de bodes, que parecem ter semelhanças com os «sátiros» gregos (divindades secundárias, companheiros de Dionísio, representados com os cabelos eriçados, as orelhas bicudas e dispostas na cabeça como as dos animais, dois chifres na testa e pernas de bode) e com os «faunos» romanos (divindades campestres representadas com chavelhos, pés de cabra e o corpo coberto de pêlos). Presta-se culto a esses seres, apesar da proibição, no reino do Norte na época do Rei Jeroboão I (II Cr 11:15) e no reino de Judá no tempo do rei Manassés (II Rs 23:8).
[6]Sakla uma das formas para denominar Satã, o Príncipe ou Arconte das Trevas, em aramaico é  um epíteto para Samael .  No Apócrifo de João, Sakla é um dos Arcontes ("alto oficial", "chefe", "magistrado") criado juntamente como mundo material por uma divindade chamada o Demiurgo ou Yaldabaoth (Criador). O Livro de Enoque (vi. 3, 7; viii. 1) menciona 20 "arcontes dentre os" 200 anjos "vigilantes" que pecaram com as "filhas dos homens", como aparece em um fragmentos gregos.
[7]Os Benê-Haelohim, os filhos de Elohim ou filhos dos deuses encontram-se nas seguintes passagens: Gn 6:2-4; Dt 32:4-43; Jb 1:6; 2:1; 38:7; Sl 29:1; 89:7; Sb 2:18; 5:5; 18:13; Ec 4:10; Os 2:1; Dn 3:25.  O texto de Gn 6:13 faz eco a uma  lenda de Ugarit sobre os Benê-Il. A lenda atribui a origem da corrupção humana à união ilegítima de seres de um mundo superior  (Benê-Haelohim, os filhos de Elohim , Vigilantes) com as filhas dos homens. Os Benê-Haelohim, são seres pertencentes ao mundo de Elohim (Deuses), são dotados de um poder sobre-humano de vida. Apesar disso, não são mortais, pois Deus não permite que se sobreponham ao simples poder humano, pois permanecem «carne», isto é, do mundo mortal.
[8]Caim, nosso Pai foi liberto pelas Artes de Camena, e a Bruxa para não ser morta fugiu e continuou o resto de sua existência miserável na forma licantropica, jamais voltou a ser humana, jamais iria distorcer as Artes outra vez, nem ela e nem sua semente, pois segundo dizem os antigos sua consciência humana foi absorvida pela da Loba – a quem diga que essa é base histórica do mito do Rômulo e Remulo.
[9]Shamad, literalmente “o destruir”...  Aeshma-Daeva um dos sete espíritos malignos, responsável da cólera.  Aeshma-Daeva, se refere, a “Asmodeu” que é o espírito maléfico que surge no livro de Tobias. Enamorado de Sara era ele quem lhe matou sucessivamente sete maridos na noite de núpcias. Para o espantar, Tobias recorreu à fumigação, queimando o fígado de peixe pescado no rio Tigre.  Os hebreus preferiram ligar a palavra Aeshma-Daeva ou Asmodeu) à raiz da palavra “shamad,  destruir. Assim, para eles, Asmodeu era o destruidor, o exterminador
[10]Gitano ou Gitana é uma palavra atual usada como sinônimo de Ciganos, mas, no texto em si, não se referem aos ciganos propriamente ditos, mas um grupo de degredados expulsos de sua pátria pelos motivos já ditos no texto e que num certo momento do período colonial, se uniu aos ciganos andarilhos, mesclou-se com eles, gerando filhas e filhas com sangue das raças mães (vampiros e lobisomens) e que depois, ao chegarem ao Brasil,  se apartarem da vida e modos ciganos e passaram a viver como pessoas não ciganas.
[11]Criança aqui não tem conotação de menor de idade, mais se refere a um adulto jovem, filho, descendente de uma das raças...
[12]TORRANO JAA - Teogonia, a origem dos deuses, pag. 24. 2ª edição. Iluminuras. 1992.